Por altura que vos escrevo aguardo serenamente a hora de saída da equipa que acompanho (Japão) para o estádio da Bela Vista, no Parchal.
É, possivelmente, o período mais calmo dos últimos dias. Tudo está organizado para que nada falhe no último jogo.
Mas não é sobre a equipa do Japão que vou escrever umas linhas. É mesmo sobre a nossa seleção nacional que me tem enchido de orgulho. E digo isso com enorme felicidade pois o feedback que tenho tido, quer da equipa técnica do Japão quer dos colaboradores da unidade hoteleira onde estamos alojados, é de que estamos, efetivamente, melhores que em anos anteriores e que nos três jogos já disputados demonstramos isso inequivocamente. Enfrentamos os jogos de igual para igual, não nos amedrontamos em momento algum e a qualidade de jogo demonstrado é enorme. Foi, talvez, de há alguns anos a esta parte que a rotação das jogadoras no onze inicial foi mais visível e, ao contrário do que podíamos esperar, a equipa manteve sempre o mesmo registo, de elevada competência e capacidade competitiva. O futuro desta geração avizinha-se de brilhante e vai, com toda a certeza, ser acompanhada pelas jogadoras mais novas que evoluem agora nas seleções jovens. Eu não tenho dúvida disso!
O facto de ser ex atleta tem as suas vantagens na maior proximidade com os treinadores e com a troca de ideias. E é isso que tenho feito com alguma frequência com a selecionadora nacional do Japão. Dizia-me após o jogo de segunda-feira que teria sido fantástico poder defrontar Portugal no jogo final, seria um desafio interessante para as suas jogadoras.
E não, não é por educação ou delicadeza (coisas em que os japonesas são campeões) que o diz. A este nível todas as seleções são estudadas até ao ínfimo pormenor e Portugal jogou com dois possíveis adversários (Austrália e China) das nipónicas na próxima competição em que irão estar envolvidas, a Asian Cup (abril) que irá ditar o apuramento das equipas da região asiática para o próximo campeonato do mundo, em 2019. Por isso, esses dois jogos foram vistos com todo o detalhe e cuidado.
Assim, seja lá qual for o resultado do jogo Portugal, novamente contra a Austrália, a participação da nossa seleção na 25.ª edição da Algarve Cup já é um sucesso mesmo antes de saber qual é a classificação final. Será, de longe, a melhor de sempre! E com ela vai trazer mais responsabilidade para as nossas jogadoras, equipa técnica e própria estrutura federativa.
Que o jogo de hoje, independentemente do resultado final, seja mais uma demonstração da evolução sustentado da qualidade da nossa seleção nacional AA!