terça-feira, 7 de maio de 2019

Quo vadis, Sporting?


Quando tudo o que havia para conquistar nesta época já está ganho ou, não estando, o Sporting não está na luta - caso da Taça de Portugal, a questão impõe-se.

Interrompeu-se o ciclo vitorioso de cinco troféus nacionais consecutivos, conquista essa que o Futebol Benfica já tinha logrado alcançar. 

O equilíbrio será cada vez maior entre as equipas nacionais e os ciclos vitoriosos terão tendência a ser cada vez mais curtos, para bem da divulgação e promoção da modalidade. Perdeu, portanto, o Sporting uma ocasião de estabelecer um novo record.

Mas o que terá perdido mais?

Numa primeira análise percebe-se que foi perdendo gás, ao longo destes três anos. A equipa alegre da primeira época foi dando lugar a uma mais lenta, com um futebol cada vez menos atractivo. Apesar disso, foi na segunda época que teve uma maior facilidade em ser campeã. Muito por força dos seus talentos individuais, porque o Braga não conseguiu impor-se e as outras equipas não conseguem, ainda, fazer grande mossa a estas equipas profissionais.

Esta época foi o canto do cisne. A incerteza directiva do início de época trouxe alguma insegurança. E em duas penadas perdem dois objectivos: tentar passar a fase de grupos da Champions, por uma unha negra, sejamos justos, e a Supertaça. 

Tem de haver uma análise muito minuciosa quanto à composição do plantel e estrutura técnica, quando se ganha tudo em duas épocas. A saturação é uma coisa frequente nas equipas femininas, porque as mulheres precisam de projectos que as motivem. 

Houve claramente ao longo deste tempo uma falta de liderança consolidada, uma simbiose entre departamento e equipa técnica, e quando assim é não há projecto que resista. 

O Sporting precisa de gente nova, que areje o status quo da equipa sénior, sob pena de ficar a marcar passo mais uma época. Sendo que com a entrada mais do que certa do Benfica na Liga BPI, as dificuldades irão aumentar. 

Há matéria prima para o projecto do futebol feminino do Sporting continuar vivo e bem vivo, tanto nas seniores como na formação. E certamente não deixará de haver quem queira assumir a responsabilidade dos seus destinos.
 
Para bem do futebol feminino desejo que assim seja!