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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sensibilidade e bom senso

Neste árduo caminho de desenvolvimento do futebol feminino em Portugal, nem todas as coisas precisam de grande investimento para serem postas em prática. Uma das mais importantes, porque dá rosto ao que se faz, é a divulgação nas redes sociais das actividades das equipas.

Nesse aspecto já grande parte das equipas, de todos os escalões e competições, têm procurado corresponder ao que à era da comunicação se exige: se não se vê, não existe.
 
Claro que este trabalho de documentação fotográfica e arquivo online é feito, em mais de 90% dos casos, por pessoas que directa ou indirectamente estão ligadas às equipas e por alguns fotógrafos amadores que têm páginas próprias e aí publicam o seu trabalho.
 
Dizem os regulamentos que só quem tem colete do CNID pode estar dentro do recinto de jogo para fotografar. Logo, à partida a maioria das pessoas que fotografa os jogos está limitada à vista das bancadas ou, em melhor opção se a houver, junto ao varão que rodeia os campos. O que não permite um trabalho de grande qualidade.

Felizmente, as árbitras vão estando sensibilizadas para a importância da divulgação das imagens do jogo e vão permitindo, a quem solicita, a permanência dentro do campo, na zona restrita para os fotógrafos. De salientar que, quem vai fazer este trabalho, tem de estar consciente que tem de ter um comportamento correcto e adequado à circunstância.
 
A própria FPF, ciente da importância da divulgação e numa atitude de sensibilidade e bom senso, tem credenciado alguns fotógrafos amadores nas finais da Taça de Portugal e na Supertaça e ainda em alguns jogos das Selecções Nacionais.
 
Ora, se tudo está dentro dos parâmetros mínimos, qual a razão deste post?
 
É que, teimosamente, há uma árbitra que continua  a ser mais papista do que o papa, fazendo valer os regulamentos. Imagino que seja para se proteger. Mas quando todas as suas colegas o fazem, sem que ao que parece mal nenhuma tenha vindo ao mundo, um pouco de bom senso talvez ajudasse. Porque na verdade, todos precisamos uns dos outros. Certamente, a sua carreira não seria a mesma se não fosse o futebol feminino.
 
Talvez haja necessidade de se criar aqui uma figura legal, entre a FPF e as pessoas que querem desenvolver este tipo de trabalho, de forma a que toda a gente esteja devidamente identificada e não haja necessidade de contar com a boa vontade de quem dirige o jogo. Boa vontade essa que, volto a referir, na maioria dos casos existe.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Comunicação e divulgação - um dos grandes desafios para o futebol feminino

Vivemos a era da comunicação fácil - a maioria das pessoas tem um smartphone que lhe permite visualizar e interagir nas redes sociais.
Essa facilidade leva a que, muitas vezes, se escreva de forma precipitada, senão mesmo irreflectida, sobre qualquer assunto que apareça no visor, ou sobre sentimentos e vivências menos positivas. Ou se faça partilha de fotografias e notícias, sem que primeiro tenha havido o cuidado de averiguar quem são os autores das primeiras, e no caso das segundas a sua veracidade.
Já todas as equipas femininas têm a sua página no Facebook, algumas também no Instagram e até no Twitter. E o mesmo se passa com muitas jogadoras.
Esta é uma realidade que ajuda imenso à divulgação da modalidade, visto que ao nível dos media o caminho ainda é, como cantavam os Beatles, a long and winding road. É, portanto, uma reacção muito positiva da parte dos clubes, esta de arregaçarem as mangas e fazer eles próprios a gestão da sua imagem. E as jogadoras, ainda que não achem importante, deveriam ter uma página onde vão divulgando os conteúdos da sua equipa, partilhando o que vai sendo publicado na página, mas também fotografias, vídeos e até pequenos artigos sobre o que vão sentindo e vivendo ao longo da época.

No entanto, em ambos os casos, clubes e jogadoras, devem ter atenção sempre que partilham imagens que são feitas por terceiros:
- não amputar a imagem - um fotógrafo é um autor e, quando publica uma imagem com determinado tamanho e conceito, é porque é isso que ele viu e quis imortalizar; cortá-la é estar a desrespeitar a obra e o autor
- atribuir os devidos créditos - grande parte das fotografias tem uma marca de água, mas há muitos fotógrafos que optam por legendar a fotografia com o respectivo nome, logo isso tem de ser feito quando se partilha
- certificar-se de que o fotógrafo não tem nenhum texto a referir a proibição da partilha de imagens

Estes temas poderão ser maçadores, mas para além das questões legais, há todo um trabalho feito na sua maioria por fotógrafos amadores, que merecem o maior respeito na ajuda que dão à divulgação da modalidade. E que, convenhamos, fizeram e fazem as melhores fotografias que alguma vez a maior parte das equipas teve. Porque fazer boa fotografia de desporto não é uma coisa fácil, é preciso investimento e muito tempo de pós-produção, coisa que não está ao alcance de todos.
Num passado recente, o Jean La Fontaine (que entretanto deixou de fotografar o futebol feminino) e a Maria Garcia são dois exemplos de gente que faz coisas interessantes para ajudar o futebol feminino de forma gratuita.
Por isso, o melhor pagamento para gente como eles é respeitar o seu trabalho.