(Francisca Cardoso e Diana Silva ) |
Sem qualquer leviandade de me querer
intrometer no trabalho semanal das duas equipas técnicas, desejo sinceramente
que o jogo dia 9 de Dezembro seja um desafio de encher o olho a todo e qualquer
adepto de futebol.
Todavia, talvez não tenhamos essa sorte
porque este jogo encerra grande responsabilidade para ambas as equipas e pode
resolver, quase de imediato, a atribuição do título de Campeão da Liga BPI de
2018/2019, antes do final da primeira volta, caso o Braga vença em Alcochete.
Pela 2ª vez, o clube leonino vê-se obrigado a correr atrás do prejuízo (a
primeira foi no jogo realizado em Alvalade em que o Sporting tinha que vencer
para anular a vantagem do Braga, na primeira edição da Liga Allianz, num
jogo electrizante com mais de 9000 adeptos nas bancadas). Na jornada 10 o
cenário irá repetir-se, o clube de Alvalade tem 2 pontos a menos que o Braga,
fruto do empate concedido na Madeira.
Poderia dizer, sustentado apenas nos
resultados, que o Braga está a jogar melhor que o Sporting nesta presente
época. Leva 54 golos marcados, o dobro do Sporting (27). Mas será esta uma
análise correta? Incompleta será certamente porque haverá outras variáveis que
teríamos que tipificar. Lembro-me, assim de repente, da eficácia de
concretização de ambas as equipas.
O que posso dizer, sendo uma opinião muito
pessoal, é que o Sporting tem muito mais a perder neste jogo que o Braga. Se
bem se recordam, o clube de Alvalade teve um período tumultuoso no início da
época, com eleições que foram tema de intermináveis conversas de café. Podemos
considerar que tal não teria repercussões nas equipas leoninas em competição,
que são máquinas oleadas, preparadas em qualquer circunstância e imunes
a qualquer mudança. Errado, toda e qualquer atividade na estrutura
directiva tem reflexo nas equipas do clube. A incerteza que paira não permite
que o trabalho que se pretende realizar decorra de forma serena como se exige.
O Braga, depois da conquista da Supertaça,
em Viseu, quebrou o enguiço e ergueu o seu primeiro troféu nacional. O que mais
me tem fascinado nesta equipa do Minho é o caudal ofensivo, a procura constante
da baliza adversária e concretizar todos os golos que conseguir,
independentemente do adversário, sem nunca abrandar o ritmo de jogo. Será que
vai manter este padrão de jogo no próximo domingo? A acontecer, será uma enorme
demonstração de personalidade da equipa.
Ao Sporting, apenas a vitória interessa.
Não só para recuperar a desvantagem pontual mas especialmente para dar novo
alento a uma equipa que já ganhou tudo internamente e transmitir uma
prova inequívoca que está firme na luta pela reconquista de todos os
troféus ainda em disputa, colocando um ponto final em jogos menos conseguidos.
Creio que o Nuno Cristóvão tem mais dores de cabeça para
escolher as 11 titulares que o Miguel Santos no Braga. Não que considere
que o Braga tem menos opções, bem pelo contrário. Não tem é um plantel
desenhado e construído maioritariamente com jogadoras portuguesas de
elevada qualidade, todas internacionais e, que de uma época para outra, não são
primeira opção.
O Braga, mais confortável na situação de
líder isolado da Liga BPI, não se vai fazer rogado se puder sair de Alcochete
com os 3 pontos e, desta forma, dar um passo de gigante na conquista do troféu
em disputa. Haverá ainda muita Liga até ao fim, mas o Sporting perdendo já não
dependerá exclusivamente de si.
Na verdade, creio que o mais correto é
afirmar que só podemos perceber quem está, efectivamente, melhor quando estas
duas grandes equipas se defrontarem pois estarão ambas sujeitas aos
mesmos níveis de dificuldade e exigência, onde qualquer pequena falha pode
comprometer o resultado final.
Uma coisa é garantida, o único pensamento
das 22 jogadoras a entrar em campo no domingo vai ser a vitória.
Até porque são estes jogos que mais
adrenalina libertam.
Muito sucesso ao Sporting CP e ao SC Braga
e que proporcionem um excelente jogo de futebol.