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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Taça da Liga - a nova bebé do futebol feminino

Raquel Infante, Ana Borges, Edite Fernandes e Vanessa Marques
Foto: FPF

Luis Andrade (Benfica), Susana Cova (Sporting),
Madalena Gala (Futebol Benfica) e Miguel Santos  (Braga)
Foto: FPF

Foi apresentada hoje, com alguma pompa e bastante circunstância, a nova competição para o futebol feminino português.
Chama-se "Taça da Liga" e vai opor os quatro primeiros classificados da Liga BPI ao final da 1ª volta. 
Benfica, Sporting, Braga e Futebol Benfica irão jogar entre si, a uma mão. Os dois primeiros disputarão a final, prevista para 22 de Março em campo ainda a definir.
Para a apresentação, estiveram presentes os treinadores das quatro equipas e uma jogadora por equipa. 
Da parte dos treinadores, foi unânime o sentimento de que todos têm a ganhar com este tipo de provas, que opõem os melhores aos melhores. 
As jogadoras realçaram a importância de se igualar as competições com outros países, sendo que Edite Fernandes foi a única que referiu que o objectivo do início de época era ficar nos quatro primeiros lugares para disputar esta prova. Um discurso que passa muito pela condição de outsider do Futebol Benfica.
Estiveram ainda presentes algumas figuras do desporto nacional, do entretenimento e até uma deputada, Isaura Morais, ex-presidente da câmara de Rio Maior. Um concelho com o qual a FPF tem bastante ligação, mercê do seu Centro de Alto Rendimento, onde várias selecções femininas já estagiaram. 
Este tipo de eventos é importante para promover uma imagem de sã convivência entre os clubes, apesar da rivalidade em campo. Os intervenientes têm um papel decisivo, para que tenhamos cada vez mais espectadores com esse espírito.
No que diz respeito às jogadoras, é sempre mais fácil. 
Senão vejamos: as quatro são internacionais, e apesar da Edite já não representar a selecção, ainda jogou com as outras três. Foi ainda colega de equipa da Ana Borges e da Vanessa. Portanto, tudo muito simples para a boa promoção da modalidade.
O arranque, que é o que mais interessa de facto, acontece já este domingo, dia 12, com o seguinte calendário:
- Futebol Benfica x Braga às 13,15
- Benfica x Sporting às 15,15
Os jogos terão transmissão no Canal 11, mas quem estiver por Lisboa não deverá perder a oportunidade de ver ambos ao vivo. Com alguma ginástica e perdendo alguns minutos de um dos jogos, é exequível. 
E imperdível, a meu ver.


#TaçaDaLigaFeminina
#RespondeEmCampo
#DeixaJogar
#Canal11

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Liga BPI - glória ao (inédito) vencedor

Sporting Clube de Braga
Vencedor da Liga BPI 2018/2019

Na penúltima jornada houve campeão. Um novo campeão.
 
O Sporting de Braga, ao fim do terceiro ano do seu projecto ambicioso para o futebol feminino, conseguiu impedir o tri do Sporting e conquistar a Liga BPI.
 
Quando a época começou, envolta em algum secretismo na constituição do plantel, e o Braga disputou a Supertaça com o Sporting, e venceu, logo aí se percebeu que este poderia muito bem vir a ser o ano bracarense.
 
Uma época exuberante, cheia de resultados volumosos, que ia aguçando o apetite e a vontade de vencer. 103 golos marcados e 6 sofridos foram os números que deram um título.

Quando em Dezembro conquista a vitória no terreno do Sporting por 0-2, era consensual de que dificilmente este troféu lhe iria escapar - a gritante diferença entre as equipas profissionais dá para fazer essas contas.
 
Ontem, sem grande brilhantismo, conseguiu impedir a vitória do Sporting, garantindo a conquista a uma jornada do fim.
 
Não há essa questão do merecimento, quando se fala de campeões. Todos os campeões são merecedores, porque é assim que se tem de encarar o desporto. O que pode haver são equipas que mereciam não perder, mas como só pode haver um vencedor, quem ganha merece sempre ganhar! E nem o afastamento da Taça de Portugal, com derrota em casa com o Benfica, ofusca o brilho deste título.
 
Um destaque especial para Vanessa Marques, a capitã do Braga. 23 anos de puro talento e maturidade competitiva, é ela a figura da equipa. A juntar ao título colectivo, está à beira de se sagrar a melhor marcadora da Liga BPI - nada mau para uma média.

Glória às jogadoras do Braga, honra às do Sporting!

sexta-feira, 22 de março de 2019

Taça de Portugal - meias finais com confrontos inéditos



Clube de Albergaria/Durit, Sporting Braga, SL Benfica e Valadares Gaia são os dignos representantes do futebol feminino nas meias-finais da Taça de Portugal, que se joga a duas mãos, a primeira das quais já este fim de semana.
 
Analisando somente a última década, o Valadares Gaia vai disputar a sua quinta meia-final, o Clube de Albergaria a quarta, o Braga a terceira e somente para o Benfica será a primeira, já que iniciou actividade esta época.
 
Curiosamente, e apesar da vasta participação de alguns, estes confrontos serão inéditos. O Albergaria já esteve nas meias-finais com o Valadares, mas ambos com outros adversários.
Uma coisa têm em comum estes quatro emblemas: nenhum deles jamais subiu a escadaria do Jamor em último lugar, ou seja, o de vencedor da prova. Imagine-se, portanto, o quão apetitosos serão estes quatro jogos!
 
De imediato iremos ter:
- amanhã dia 23, o Valadares Gaia x Clube de Albergaria/Durit
- domingo dia 24, o SL Benfica x Sporting Braga
ambos às 15 horas e com transmissão em A Bola TV. Mas com esta qualidade, só mesmo quem estiver longe ou não se puder deslocar é que não irá ver ao vivo.
 
Começando pelo Valadares x Albergaria, encontro já largas vezes disputado na prova máxima das competições femininas. Tendo como grande atractivo serem orientadas por treinadoras (Mara Vieira e Paula Pinho), o que garante que na final esteja uma mulher a comandar uma das equipas. A não ser que, em caso de vitória da eliminatória pelo Valadares, a Mara Vieira já esteja em licença de parto, visto estar grávida - outro facto inédito. Quanto ao jogo, será intenso e vibrante, sendo os adeptos do  Valadares sempre muito interventivos e dentro de campo ambas equipas gostam de jogar a disputar sempre a bola. De qualquer modo, a eliminatória estará longe de ficar resolvida, dado o equilíbrio de qualidade apresentado até agora.
 
No outro encontro teremos "o jogo" que despertará todas as atenções. Nada a fazer contra a grandeza do impacto dos chamados grandes. Aproveitar a embalagem e procurar estar o mais perto possível, seguir as boas práticas em termos de trabalho e divulgação, é o que de mais sensato os clubes mais pequenos deverão fazer.
 
Benfica x Braga, duas equipas profissionais, que trabalham diariamente nas melhores condições possíveis em Portugal, será o tal "jogo". Espera-se uma Tapadinha cheia, de adeptos das duas equipas e também de jogadoras de futebol, que têm este fim de semana de folga e não querem perder pitada de um grande jogo em perspectiva.  
 
O que se pode esperar para este jogo?
 
Um Benfica super motivado para atingir um dos objectivos traçados para esta época inicial: chegar à final da Taça de vencê-la. Com jogadoras muito talentosas e experientes, ainda não soube verdadeiramente o que são dificuldades. Ficam no ar duas interrogações: como se irá comportar perante um adversário mais forte, à sua medida, já que até agora as duas únicas vezes em que sentiu um pouco mais de dificuldade foi com o Sporting 'B'; conseguirá o treinador João Marques quebrar o enguiço contra equipas grandes como a sua? Domingo teremos a resposta.
 
O Braga tem tanta sede de ganhar como o Benfica, já que poderá estar muito próximo de ganhar os três troféus em disputa na época, sendo que já venceu o primeiro: a Supertaça. Do que se tem observado recentemente parece estar a acusar algum cansaço, mas isso poderá ser aparente. A equipa de Miguel Santos tem muita personalidade, sendo liderada em campo pela capitã, Vanessa Marques (a fazer uma época brilhante). O seu ataque é fortíssimo, tanto técnica como fisicamente. Esse será, talvez, o maior trunfo do Braga, já que a defesa do Benfica ainda não apanhou nenhum ataque assim.
 
Os ingredientes para um grande jogo estão todos lá. Uma casa, certamente, cheia ou perto disso. Tempo ameno. O que mais se poderá desejar?
- Uma equipa de arbitragem à altura das intérpretes e um público que se manifeste de forma vibrante, apaixonada, mas correcta. Insultos não fazem parte do desporto.
 
 

quinta-feira, 1 de março de 2018

De se lhe tirar o chapéu

Portugal abriu a Algarve Cup com uma vitória inédita sobre a China por 2-1.
Este resultado terá, certamente, deixado os responsáveis chineses de olhos em bico. Não deveria estar no programa perder pontos com uma selecção que está o dobro dos lugares abaixo no ranking.
Mas, como soi dizer-se frequentemente, o futebol é um desporto fascinante por isto mesmo: a imprevisibilidade do resultado, mesmo quando tudo parece muito óbvio.
Não se pode, sequer, dizer que foi uma vitória fortuita. Apesar de alguma felicidade no segundo golo, Portugal teve outras ocasiões para marcar e ainda levou duas bolas à trave: na primeira parte pela Diana Silva (que belíssima jogadora ela se tornou) e na segunda pela Vanessa Marques. 
Aquilo que transpirou, do pequeno ecran do telemóvel em que vi o jogo, foi uma consistência e maturidade da parte da equipa portuguesa que me deixou sempre na expectativa de que iríamos dar a volta ao resultado.
E de fora ficaram dois monstros sagrados, que só não jogam se não puderem, mesmo que seja em lugares que não são habitualmente os seus: Dolores e Ana Borges.
Ou seja, a selecção portuguesa deu ontem uma imagem de quem respira saúde e alternativas.
Muito se falou de que, com o regresso de grande parte das internacionais para jogarem a Liga Allianz, o nível competitivo da selecção se ressentiria. Ontem, por exemplo, só jogaram de início duas jogadoras emigrantes: Mónica Mendes e Cláudia Neto. 
Até agora isso não tem sido muito notório. Talvez porque as jogadoras tenham regressado para dois clubes onde trabalham diariamente ao mais alto nível.
A liga portuguesa não é de facto amiga da alta competitividade; pelo menos, não aquela que é necessária para que a nossa selecção tenha o ritmo elevado, para almejar estar novamente numa fase final de uma competição. Tem de haver, seguramente, um empenho maior da parte das internacionais nos jogos em que, sabendo de antemão que vão ganhar, ainda assim não retirarem intensidade à sua prestação.
Talvez ajude o facto de saberem que estão a viver o sonho da profissionalização no seu país e, para muitas, no seu clube do coração. Uma oportunidade que não se pode desperdiçar e que, até agora, do que é dado observar de fora, todas têm levado muito a sério. 
Claro que nem tudo serão rosas, como sabe quem já por lá andou, mas o segredo está em vender o sonho da equipa unida e feliz.
Para nós, espectadores externos, o que interessa é o resultado posto em campo no dia do jogo.
Porque é só disso que se trata o futebol: um jogo fantástico de noventa minutos, em que uma equipa Portuguesa de vermelho deixa uma China amarela!