(Foto: Anabela Brito Mendes - Sports and Girls) |
No fim de semana de 16 e 17 de março decorreram dois jogos que opuseram as equipas do SL Benfica e o Sporting CP, no escalão sub 17 (16 de março) e séniores femininos (17 de março).
Tive a oportunidade de assistir aos dois e, permitam-me que realce que fiquei deliciada com o jogo das sub 17. Mais que o resultado, favorável ao Sporting CP, foi o constatar ao vivo a recente realidade que o futebol feminino nacional atravessa. Há cada vez mais miúdas e raparigas a jogar futebol. Deixa-me extremamente feliz e confiante que o futuro futebol feminino nacional não só pode como vai ser risonho.
O entusiasmo vivido quer dentro do terreno de jogo, quer pelos espetadores revela que o futebol feminino está em “estado de graça”. Os dados estão lançados e não há forma de parar este desenvolvimento. O aparecimento dos clubes ditos grandes permitiu dar mais e maior visibilidade ao futebol feminino nacional e, desta forma, chegar cada vez a mais adeptos de futebol em geral. Alias, atrevo-me a dizer que, se tais clubes não aparecessem, duvido que estivéssemos no presente momento a assistir a esta viragem no futebol feminino nacional. É injusto para com todos os outros que andam há anos a lutar pelo futebol feminino? É, sem dúvida. Mas o que desejo é que, daqui em diante, todos possam crescer dentro das suas realidades e proporcionar cada vez mais melhores condições não só às jogadoras mas também a treinadores e demais elementos imprescindíveis para o bom funcionamento de qualquer equipa.
Os eventos da “Festa do Futebol Feminino”, que decorrem nas Associações Distritais de Futebol e cujos vencedores se apuram para o evento final a realizar no Estádio Nacional, nos escalões Sub 13 e Sub 15, movem milhares de raparigas e fazem-nas sonhar que é possível ser jogadora de futebol em Portugal (algo impensável há meia dúzia de anos). É certo que nem todas lá chegarão e a gestão das suas expetativas em momento algum deve ser descurado, sejam pelos pais seja pelos treinadores.
Regressando às emoções do fim de semana e ao nível sénior, o jogo que opôs o Sporting CP “B” e o SL Benfica, no domingo passado, deixou-nos alguns indícios do que podemos esperar para o ano, quando estas equipas se encontrarem na Liga BPI. O Sporting CP “B”, ao apresentar-se com alguns reforços de peso, da sua equipa principal, deixou muito boa imagem nunca virando a cara à luta. O jogo foi agradável de seguir e quem se deslocou a Alcochete não saiu defraudado na expetativa de ver um bom espetáculo. O resultado sorriu para a equipa encarnada, mais adulta e que soube aproveitar cirurgicamente as oportunidades que lhe surgiram. O primeiro grande teste à real capacidade desta equipa do Benfica está marcado para o próximo dia 24/03/2019, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, contra o SC Braga. O estádio da Tapadinha prepara-se para receber uma das suas maiores assistências seguramente.
E por falar em assistências, que dizer dos mais de 60 mil espetadores que assistiram ao encontro de “La Liga”, na vizinha Espanha que opôs o Atlético de Madrid, de uma das nossas maiores referências atuais, Dolores Silva ao Barcelona. Já há uns tempos atrás tinha abordado esta temática das assistências no futebol feminino e foi sem grande espanto que tive conhecimento que os bilhetes para a final do próximo Campeonato do Mundo, a disputar em França, esgotaram cerca de 30 minutos após o início da venda online. Os ventos de mudança são transversais no mundo inteiro, cada qual dentro da sua realidade.
Razão tem o presidente da UEFA quando afirma que o “futebol feminino tem um potencial ilimitado e tem desenvolvido um conjunto de programas de apoio às federações nacionais”.