(Foto: Maria João Xavier) |
A frase que serve de título a
este texto não é da minha autoria mas sim da Ana Borges, sendo que concordo e subescrevo
em absoluto.
No passado fim-de-semana, o de Páscoa,
regressei às origens e estive presente com muito gosto e orgulho no II Torneio Internacional Almeirim Women’s
Cup, no papel de Madrinha, a convite do UFC Almeirim e onde observei um sem
número de jogos. Admito que os que me despertaram mais interesse foram os dos
escalões de formação (infantis e juvenis) ainda que tenha observado quase a
totalidade dos jogos no escalão sénior.
E porque foram os jogos dos
escalões mais jovens que despertaram mais interesse? Exatamente porque dá a
resposta à pergunta de partida deste texto. É uma delícia observar miúdas de
idades tão jovens a começar a praticar o seu desporto de eleição. Qualidade e
talento não faltam, os jogos foram emotivos e nestas coisas, ainda que num
torneio a “feijões”, ninguém quer perder. É tão agradável perceber que desde
cedo começam a ter noção do jogo, ainda que com toda a liberdade para criar,
mas que se posicionam no terreno de jogo de acordo com o que os treinadores indicam.
É toda uma nova realidade em desenvolvimento.
As “claques” organizadas das
equipas, vulgo os pais e familiares das jovens jogadoras, são incansáveis no
apoio que dão antes, durante e após os jogos. Os cânticos, as cores dos clubes que
defendem bem presentes na indumentária de cada um é uma festa dentro da grande
festa das miúdas: jogar futebol. Foi uma alegria constante o que se viveu em
Almeirim nos dois dias de torneio.
Mas a grande alegria, para miúdas
e graúdos, estava reservada para a tarde de sexta-feira, quando a Ana Borges
marcou presença em Almeirim. Foi uma enorme surpresa (inclusive para a
organização) e as horas que esteve no complexo desportivo colocaram em delírio as
cerca de 320 jogadoras que evoluíram no torneio. Rivalidades clubísticas à
parte, a Ana Borges (assim como todas as jogadoras portuguesas mais
representativas) personifica a imagem que todos os sonhos podem ser realizados
e as solicitações para um autografo e/ou uma fotografia vieram de todos os
clubes nacionais presentes. E este é um papel que as mesmas jogadoras mais
representativas podem facilmente desempenhar sempre que livres dos seus
compromissos profissionais.
Afinal, todas as jogadoras
portuguesas, especialmente as profissionais que representam os clubes grandes
(SL Benfica, SC Braga e Sporting CP) são as referências e os modelos a seguir.
O papel que estas desempenham no imaginário das jogadoras mais jovens até pode
ser por elas desconhecido mas, felizmente, as jogadoras que agora começam a dar
os primeiros pontapés na bola têm como referência jogadoras portuguesas. E as
mais jovens, tendencialmente, vão “copiar” os seus ídolos. E são estas, ainda,
que os pais das jogadoras mais jovens vão observar e avaliar (não se iluda quem
pense que os pais não fazem isto, é uma reação natural) como um bom (ou não)
exemplo para a sua filha.
Naturalmente que o aumento de
visibilidade do futebol feminino nacional, especialmente através da transmissão
dos jogos das seleções nacionais e de alguns jogos entre clubes (caso das meias
finais da Taça de Portugal) potencia e transporta as jogadoras para um plano de
destaque, até há relativamente pouco tempo, inimaginável.
A minha questão, com que finalizo
este texto, é quantas das nossas jogadoras nacionais estão disponíveis para seguir
o exemplo da Ana Borges e aparecerem quando menos se espera e sem que lhes seja
pedido?
Não sei, mas quero acreditar que
muitas…
Afinal, são as jogadoras a face (mais)
visível do futebol feminino português.
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